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Serie: aquecimento dos polos-parte 2

O POLO NORTE:





O aquecimento global no Ártico está a afectar milhões de pessoas e pode vir a provocar a extinção, em 2100, de várias espécies animais, como os ursos polares.


O degelo no Ártico provocado pelo aquecimento global pode ameaçar pessoas e espécies animais como os ursos polares. O considerável aquecimento do Ártico está a afectar milhões de pessoas e, em 2100, poderá causar a extinção dos ursos polares, entre outras espécies.

Estas conclusões foram publicadas no Arctic Climate Impact Assessment (ACIA), relatório elaborado por mais de 200 cientistas dos Estados Unidos, Canadá, Rússia, Dinamarca, Islândia, Suécia, Noruega e Finlândia.

O acelerado degelo no Ártico, dizem os especialistas, é evidente. As temperaturas naquela região são a prova de que o panorama não está a melhorar.

As temperaturas estão a subir no Ártico, duas vezes mais que a generalidade do planeta e podem ascender aos 4-7 Celsius (7-13 Fahrenheit) no ano de 2100, comparativamente com as projecções dos relatórios das Nações Unidas. A Sibéria e o Alasca já 'aqueceram' 2-3 C desde 1950.

O mar gelado no Pólo Norte pode simplesmente desaparecer no final do século e, para já, os cientistas sabem que a massa de gelo já regrediu entre 15 a 20 por cento nos últimos 30 anos.

Dado este cenário, os cientistas da ACIA são peremptórios ao afirmar que algumas espécies animais, como os ursos polares, não deverão resistir a alterações tão acentuadas; "Os ursos polares muito provavelmente não terão capacidade para sobreviver como espécie se se verificar a perda quase total da massa de gelo", é salientado no referido relatório.

Da mesma forma, outros animais como os lemmings (espécie de roedores), caribus, alces, mochos da neve, que vivem na terra e não no gelo, estão a ser 'empurrados' para norte em direcção a habitats mais restritos.

O relatório revela ainda o aquecimento global nos pólos está a afectar 4 milhões de pessoas. O degelo está já a provocar o colapso em alguns edifícios na Rússia e Canadá, devido à fusão do gelo nas camadas do subsolo que também tem vindo a provocar instabilidade nos oleodutos, estradas e aeroportos.

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Serie: aquecimento dos polos-parte 1

 A Antártica está derretendo a um ritmo mais rápido que se imaginava. O alerta é de um estudo realizado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), em colaboração com mais de mil especialistas sobre as regiões polares do planeta. A consequência será a elevação sem precedentes dos oceanos a níveis nem mesmo previstos pelo Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas (IPCC).   


Especial: O mundo mais quente   Mais de 200 milhões de pessoas que vivem em regiões costeiras poderão sofrer. Outro foco de preocupação é a de perda de gelo na Groenlândia e o derretimento das águas do Ártico.   


O relatório, preparado no âmbito das comemorações do Ano Polar, concluiu que tanto o Polo Sul como o Norte estão sofrendo uma "acelerada e generalizada" perda de gelo. A parte ocidental da Antártica também sofreria com o aquecimento. 


Informações obtidas até recentemente apontavam que essa região estaria de certa forma isenta das mudanças climáticas.   Cientistas estimavam que o gelo sobre o território da Antártica e Groenlândia não estavam sofrendo da mesma forma que o gelo na águas polares. Mas as constatações agora são de que esses blocos também estão sendo perdidos.   


Para os cientistas, o resultado ainda pode ser uma deterioração ainda maior do aquecimento global, já que o derretimento desse gelo polar pode liberar gases que estavam presos e intensificar os problemas climático.   Para Colin Summerhayes, diretor executivo do Comitê Científico de Pesquisas sobre a Antártica, admitiu que não esperava que a conclusão fosse tão sombria. 


"O que vemos é que não é apenas a parcela de terra que chega até o sul da América do Sul que está sendo afetada", disse.


O estudo foi realizado durante dois anos e envolveu mais de mil cientistas de 60 países. Para chegar ao resultado, utilizaram satélites, submarinos e alta tecnologia. 


A pesquisa concluiu que a águas que estão próximas ao continente estão 0,3 graus Fahrenheit mais quentes que há dez anos. Isso representaria uma elevação duas vezes mais rápida que o resto dos oceanos nos últimos 30 anos. 


"Esses podem ser os indícios de um incipiente colapso da cobertura de gelo da Antártica", disse Summerhayes. "Essas mudanças provam que o aquecimento global está afetando a Antártica de formas que não conhecíamos antes", disse.   


Outra conclusão foi a de que o número de blocos de gelo que estão deslocados do continente boiando sobre as águas atinge uma taxa sem precedentes. Isso seria parte das evidências de que há uma mudança climática na região. 


A maior preocupação se refere ao glacial de Pine, com um degelo fazendo com que os glaciais se movam 40% mais rápido que as taxas de 1970. No Glacial Smith, a velocidade é 83% maior que em 1992. 


Segundo os cientistas, a velocidade é um sinal da perda de gelo.   Por ano, o degelo dos glaciais já soma 114 bilhões de toneladas. Para Summerhayes, esse derretimento terá repercussões para os níveis dos oceanos nos próximos anos. 


A constatação é de que, hoje, o derretimento do gelo da Antártica já contribui para uma elevação de 3 milímetros nos níveis do mar no planeta a cada ano.   


O cientista admite que a taxa de perda de gelo na região é mais alta que o que o IPCC havia previsto em seus relatórios, considerados como a base da atuação política mundial ara frear as mudanças climáticas. 


O IPCC, em 2007, havia previsto uma alta de 80 centímetros nos níveis dos oceanos até 2100. "Se a cobertura de gelo da Antártica derreter por completo, os níveis dos mares aumentarão em até 1,5 metros", disse Summerhayes. "Isso significará que mais de 200 milhões de pessoas serão afetadas", disse. 


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