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Iniciado projeto de sequenciamento do DNA da onça-pintada


Cientistas brasileiros iniciam projeto que visa obter o sequenciamento completo do material genético da onça-pintada, incluindo caracterização integrada de diversos tipos de informação molecular.
O Projeto Genoma Onça-Pintada conta com a participação do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), da Universidade Católica do Rio Grande do Sul, da Fiocruz-MG, da Esalq, do Zoológico Municipal de Sorocaba e do Instituto Pró-Carnívoros.
A primeira fase, iniciada agora, visa a coleta das primeiras amostras de material biológico de um exemplar do animal, proveniente do Pantanal Matogrossense, selecionado para sequenciamento.
O animal, mantido no Zoológico de Sorocaba, será o alvo principal do esforço de sequenciamento de DNA em grande escala, seguido dos processos computacionais de montagem genômica e anotação (caracterização) dos diferentes componentes do material genético da espécie, como genes, elementos regulatórios e elementos repetitivos.
As informações são importantes para compreender a história evolutiva da onça-pintada e vão contribuir para um delineamento mais preciso e abrangente de estratégias para a sua preservação na natureza.
Fonte: Terra

Genes de macacos mostram que ‘temos gorilas entre nós’


Nossos ancestrais passaram pela divisão evolutiva com os gorilas há cerca de 10 milhões de anos, mas ainda compartilhamos um notável número de genes com o grande macaco, de acordo com um inovador estudo publicado nesta quarta-feira.
Um consórcio mundial de cientistas sequenciou o genoma do gorila da planície ocidental e comparou mais de 11 mil de seus genes com os dos humanos modernos, Homo sapiens, e os dos chimpanzés.
Os gorilas se separaram da linhagem humano-chimpanzé há cerca de 10 milhões de anos, e cerca de quatro milhões de anos depois homens e chimpanzés emergiram como espécies diferentes, uma ideia que coincide com as evidências fósseis.
A comparação também derruba convicções sobre similaridades entre os principais primatas, dizem os pesquisadores. Como era esperado, humanos e chimpanzés compartilhavam a maior parte dos genes.
Mas 15% do genoma humano é mais próximo ao genoma do gorila do que ao do chimpanzé – e 15% do genoma do chimpanzé é mais próximo ao genoma do gorila do que ao do humano. “Nossas descobertas mais significativas revelam não apenas diferenças entre as espécies refletindo milhões de anos de divergências evolutivas, mas também similaridades nas mudanças em paralelo ao longo do tempo desde seu ancestral comum”, disse Chris Tyler-Smith, do Britain’s Wellcome Trust Sanger Institute.
“Descobrimos que gorilas compartilham muitas mudanças genéticas paralelas com humanos – incluindo a evolução de nossa audição”. “Cientistas sugeriram que a rápida evolução dos genes de audição dos humanos estava ligada à evolução da linguagem. Nossos resultados colocam isso em questão, já que os genes de audição evoluíram em gorilas na mesma proporção que nos humanos”.
Os próprios gorilas começaram a se dividir em dois grupos, o gorila da planície oriental e o gorila da planície ocidental, cerca de um milhão de anos atrás. O estudo joga um balde de água fria naqueles que defendem a noção de que a separação entre espécies de primatas ocorreu de maneira abrupta, em um período relativamente curto. Na verdade, o processo foi longo e muito gradual.
Havia provavelmente uma quantidade razoável de “fluxo gênico”, ou um cruzamento entre linhagens genéticas levemente diferentes, os dois antes que os gorilas se separassem dos outros macacos e antes que os próprios gorilas se dividissem em duas espécies.
Poderia haver um paralelo na separação entre chimpanzés e bonomos, ou entre humanos modernos e Neanderthais, afirmam os autores. Uma nova teoria sobre Neanderthais é que eles eram mais do que primos próximos – o H. sapiens ocasionalmente cruzava com eles e incorporou alguns de seus genes nos humanos modernos.
Os próprios Neandherthais se extinguiram como uma espécie separada há cerca de 40 mil anos, dizimados quer por uma mudança climática ou devido ao próprio H. sapiens, de acordo com algumas hipóteses. A amostra de DNA foi retirada de uma gorila da planície ocidental chamada Kamilah.
Depois de prosperar por milhões de anos, os gorilas sobrevivem hoje em apenas algumas poucas populações ameaçadas da África central, e sua quantidade diminui devido à caça e à perda de habitat.
“Bem como nos ensinar sobre evolução humana, o estudo dos grandes macacos nos conecta a um tempo no qual nossa existência era mais tênue, e, ao fazer isso, ressalta a importância de proteger e conservar estas espécies notáveis”, afirma o estudo.
Fonte: Terra

Banco de dados utiliza DNA de cães para rastrear seus agressores

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Cientistas e defensores dos direitos dos animais passaram a usar DNA como prova para fazer pelo melhor amigo do homem o que o sistema judicial tem feito há muito tempo por vítimas humanas.
Eles criaram o primeiro banco de DNA de cães de briga do país que, acreditam, ajudará os investigadores criminais a estabelecer o histórico do animal agredido ao remontar os laços entre criadores, tutores, proprietários de centros de luta e os próprios animais.
 
Chamado de Codis Canino, o banco de dados é semelhante ao arquivo digital do FBI que contém os perfis de DNA de criminosos. Os cientistas dizem que, ao analisar a saliva de um cão, serão capazes de determinar se o animal provém de uma das várias linhagens conhecidas de cães utilizados para briga.
“Geralmente as pessoas não compram qualquer pit bull para brigar – esses cães são de linhagens estabelecidas”, disse Tim Rickey, diretor sênior de pesquisas de campo e de resposta para a Sociedade Americana para a Prevenção da Crueldade contra os Animais (ASPCA, na sigla em inglês). “E, se um cão suspeito coincidir com uma das linhagens, isso seria uma prova essencial.”
O banco de dados, um esforço conjunto da ASPCA, Sociedade Protetora dos Animais da Louisiana, a Sociedade Humanizadora do Missouri e pesquisadores do Laboratório de Genética Veterinária da Universidade da Califórnia, foi desenvolvido durante uma investigação em julho passado, que resultou em 26 prisões e a apreensão de mais de 400 cães.
A investigação, que se estendeu por sete Estados, do Iowa ao Texas, resultou na maior ação contra a briga de cães na história dos Estados Unidos, segundo as autoridades.
“Analisamos o DNA para ver se podíamos conectar centenas de cenas de crimes e 400 cães diferentes, o que foi possível fazer”, disse Melinda Merck, veterinária forense da ASPCA. “Muitas vezes os réus não só afirmam que não realizam brigas de cães, mas também que estão apenas reproduzindo os animais e não conhecem uns aos outros.”
O DNA mostrou o contrário, indicando que muitos dos cães tinham parentesco. A ação de julho resultou em pelo menos 17 declarações de culpa, e, embora o DNA não tenha provado conclusivamente uma relação entre os réus, certamente sugere sua existência.
Os investigadores advertem que a evidência de DNA por si só raramente determina um caso, apesar de muitos júris aceitarem os exames como prova. “Há definitivamente um efeito CSI”, segundo Merck. “Os jurados querem saber se você fez todos os exames possíveis. O DNA é apenas mais uma ferramenta no nosso arsenal que pode reforçar os casos”. Ela acrescentou: “Acho que é algo que vai assustar quem vive no submundo das brigas de cães.”
Ilegal em todos os 50 estados americanos, a luta de cães chegou à fama em 2007 quando Michael Vick, jogador de futebol americano pelo Atlanta Falcons, declarou-se culpado de acusações federais de conspiração para a criação de cães de briga e serviu 21 meses na prisão.
Investigadores dizem que a indústria multimilionária é frequentemente associada a outras atividades ilícitas como o tráfico de drogas e jogos de azar. Mas o dinheiro vem da reprodução dos animais, que os investigadores dizem poder custar até US$ 50 mil para um lutador campeão. “Há muito dinheiro a ser feito nas luta e nas bolsas de apostas laterais, mas o objetivo para quem cria essa raça de cães para combate é gerar um campeão”, disse Rickey.