Pastor Alemão

Um assunto mal entendido para quem convive com cães, é a agressão canina. Embora todos tenham várias histórias relacionadas ao facto, do tipo aquele gato que entrou no meu quintal e foi morto, uma luta entre dois cães onde um deles morreu ou ficou bastante ferido; é sempre um assunto tabu. Vou neste artigo mencionar algumas causas da agressividade canina e tentar ajudar a prevenir alguns acidentes com os nossos melhores amigos.
Entre as pessoas que gostam e as que não gostam de cães, existem duas “correntes de pensamento”: uma que acredita serem os cães, animais perigosíssimos, que devem ser afastados a qualquer custo; e a outra que sabe e acredita que os mesmos são animais inofensivos e que toda a culpa é do dono que não soube educar ou então incentivou o animal a ser agressivo. Para mim as duas “correntes de pensamento” apresentam falhas, porque ou é tudo ou nada. Assim, as pessoas ficam mal informadas e agem de forma errada, e claro, os acidentes acontecem mais frequentemente. O facto de gostar de animais e principalmente de cães, não deve fazer com que as pessoas deixem de perceber os aspectos negativos a eles relacionados.

A agressividade é uma das primeiras respostas dos cães, seja de que idade forem. É um meio para conseguir, por exemplo, abrigo e comida, além de parceiros sexuais. Muitas vezes, e principalmente quando há luta entre cães do mesmo sexo, a linguagem corporal é suficiente para que haja um vencedor e um vencido. Nas espécies selvagens, como os lobos, a agressividade é ainda a maneira de conseguir alimento. O grupo une-se para perseguir a presa, e só tem sucesso quando as mordidas são eficazes para derrubar e matar. Toda esta agressividade tem inicio e desenvolvimento nos filhotes.

Infelizmente, não faltam histórias sobre cães que morderam e em alguns casos, até levando à morte das pessoas. O mais comum são as mordidelas que não provocam grandes danos corporais. Mas ainda há uma elevada e significativa percentagem de lesões sérias, como as provocadas por mordidelas no rosto, notoriamente de crianças.
Dor: Imagine o que aconteceria se você se aproximasse de um cão e lhe fizesse uma festa, e de repente lhe desse um forte beliscão, torcendo a pele com vontade e força... ele vai de certeza morde-lo. Talvez seja uma mordidela fraca no começo, isto claro se for um animal dócil, mas se o beliscão continuar ele vai apertar cada vez com mais força a sua mão ou braço. Num caso como esse, a que chamamos de mordida, não passa de uma resposta a um estímulo doloroso e tem a clara função de acabar com essa dor desagradável da maneira mais rápida e eficiente. Todos os cães reagem agressivamente a uma dor forte. Por isso, os donos têm de estar atentos, se vai fazer alguma coisa, tal como, limpar uma ferida em carne viva por exemplo, coloque um açaime no animal, assim pode evitar alguma surpresa desagradável.

Dominância: O morder também tem uma função comunicativa, indicando uma vontade de querer ser superior àquele que está sendo mordido, na imposição da violência. Quando o mordido baixa a cabeça e passa a ver o agressor como dominante ocorre um estímulo para que o mordedor continue mordendo os outros na tentativa de subir na hierarquia do grupo, sendo este facto bastante importante para os cães. Geralmente, quando o maior macho do grupo também é um bom lutador, ele é respeitado por todos, o que é conseguido à base de intimidações e agressões, principalmente contra quem o desafia.

Instinto de caça: Os cães actualmente não precisam mais de caçar para conseguir comida. Os indivíduos dessa espécie (Lobos) evoluíram para ser bons caçadores, com um senso apurado para perseguir e morder suas presas, muitas vezes maiores do que eles. É desagradável pensar mas para um caçador comer a sua caça é preciso antes mata-la. Os dentes e mandíbulas são usadas com esse objectivo. Sendo assim, é comum vermos os nossos animais domésticos apresentando o mesmo comportamento que é de perseguir e morder alguma coisa que esteja em movimento, mesmo que seja uma bola ou um automóvel. A agressão relacionada ao instinto de caça é sempre mais forte nos animais que vivem em conjunto. É comum a associação entre dois ou mais cães para sitiar gatos, por exemplo.

Medo: Se um cão está encurralado num canto, apavorado e alguém tenta pegar nele, é mais que provável que ele use a agressão para afastar o que lhe parece ser uma ameaça. Por isso cães com medo são potenciais mordedores, embora não costumem provocar acidentes mais sérios pois não têm a intenção de magoar, mas sim de afastar as pessoas. Outro exemplo é de cães que quando estão a dormir, podem se assustar com algo que surja subitamente à sua frente e podem morder apenas como um reflexo de defesa.

Comida: Quando a comida é pouca, a competição canina pelo alimento é muito forte. O instinto do animal, é rosnar e morder para qualquer coisa que se aproxime no momento em que ele está a comer. Para evitar isso é preciso mostrar para o animal, desde cachorro, que sua presença não significa nenhuma ameaça à comida.

Defesa do território: Quanto menor for o espaço, maior a firmeza que o animal coloca em sua defesa. Quando está habitualmente preso por uma corrente, o cão acaba tornando-se bastante agressivo com alguma pessoa ou animal que entre na sua zona de acção.