do anda

 

Quatro bombeiros munidos de serra elétrica, marretas e furadeiras tiveram que quebrar a parede de um prédio para resgatar a gata Maria Tiburcinha. Ela passou mais de 30 horas presa entre dois edifícios, no Bairro Vila Ipiranga, na zona norte de Porto Alegre (RS).

O animal subiu em um dos prédios e caiu de uma altura de cinco metros em um vão estreito, com cerca de sete centímetros de largura. Ela não conseguiu sair e permaneceu imóvel. Devido à dificuldade de acesso ao local, foi impossível dar água e comida para o animal, para o desespero de sua tutora, Marilde Bilhan:

 Joguei ração e guisado para ela comer, mas não conseguimos alcançar, estava longe. Ela costuma se alimentar várias vezes por dia. Estava assustada e miava muito, sem parar  relatou Marilde, que é dona-de-casa e se dedica a ajudar animais sem dono.

A gata caiu no vão por volta das 14 horas de quarta-feira (23), quando chegava em uma petshop para ser castrada. Quando a caixa usada para transportar animais foi retirada do carro, ela escapou e subiu em um dos edifícios, de onde caiu no espaço entre os dois prédios. Como o vão se afunilava, o animal ficou preso e não conseguiu sair.

Para quebrar a parede de um dos edifícios e retirar o animal, os bombeiros demoraram três horas.
Era uma parede de tijolo maciço, tinha uns 25 centímetros de espessura, foi bastante difícil — disse o sargento Sandro Vieira.

Marilde, que não pode acompanhar o animal até a petshop e pediu ajuda de amigas, acredita que a gata tenha se assustado por estar longe da tutora. Ao ser informada do acontecido, ela foi até o local, onde permaneceu das 20h até a 1h30min tentando encontrar alternativas para retirar Maria Tiburcinha. Como os bombeiros não puderam atender à ocorrência, ela retornou ao local na manhã desta quinta-feira (24), e seguiu procurando ajuda.

O sofrimento de Marilde e sua gata terminou apenas às 21h desta quinta-feira, quando os bombeiros conseguiram quebrar parte da parede de um dos prédios para resgatar o animal.

 Eu estou mais feliz do que uma pessoa que ganhou R$ 5 milhões, porque ganhei muito mais que isso. Ganhei a minha gata de volta e ela não tem nenhum arranhão. O trabalho dos bombeiros foi emocionante comemorou Marilde.

O sargento Vieira, que trabalha no corpo de bombeiros há 20 anos, diz que é comum atender esse tipo de ocorrência, e que não poupa esforços para realizar o salvamento:
— Para muitas pessoas, animais domésticos são como filhos. A tutora dela está aqui desde ontem, preocupada. Tratamos esse tipo de resgate quase como se fosse o salvamento de uma criança.

Fonte: Zero Hora