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O abutre-preto, uma espécie em perigo de extinção, volta a nidificar em Portugal, 40 anos depois, tendo as duas crias começado a voar na última semana, no Parque Natural do Tejo Internacional, onde este ano se instalaram três casais.

O uso de venenos, a perseguição a esta ave e a destruição do seu habitat extinguiu-a como nidificante em Portugal no início da década de 1970, apesar de a espécie se manter presente na faixa fronteiriça das regiões centro e sul com indivíduos provenientes de Espanha, onde existe uma população de 1.845 casais. Os abutres estão nidificando numa zona de caça.

Para instalar estes abutres-pretos na região, a Quercus (Associação Nacional de Conservação da Natureza) e o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade trabalharam em conjunto para prontamente resgatar e reconstruir os ninhos nas azinheiras que, em junho, tinham ruído e feito cair as crias, que foram ambas resgatadas.

Uma delas, em estado crítico, veio mesmo a ingressar no Centro de Estudos e Recuperação de Fauna Selvagem de Castelo Branco. Depois da sua estabilização foram colocadas em plataformas-ninho, construídas no local original dos ninhos, de forma a permitir que continuassem a ser criadas pelos progenitores.

No dia 28 junho, numa colaboração da Grupo para a Recuperacion de la Fauna Autoctona e su Habitat, de Madrid e do Ministerio del Medio Ambiente Espanhol, foram marcadas as duas crias e batizadas de Tejo e Aravil, com um emissor de satelite PTT e com emissor radiotracking convencional, o que permite seguir os seus movimentos e obter informação fundamental sobre o seu comportamento e a sua dispersão pelo território.

Constatou-se que, atualmente, as principais ameaças à conservação desta espécie são o uso de venenos, a perturbação durante o período reprodutor nas zonas de nidificação e a redução de alimento disponível nos campos.

Fonte: Jornal Reconquista