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Conheci o trabalho de Cesar Millan escrevendo uma grande matéria sobre cães para a revista Galileu. Li seu livro The Dog Whisperer e a princípio achei seus conceitos meio esquisitos. Millan é um imigrante mexicano que se tornou uma celebridade nos EUA como um especialista de cães.

Ele propunha no livro algo muito simples: que os humanos tratassem os cães como cães. Ele não declara isso abertamente, mas seu alvo é a cultura que nos faz mimar cães à imagem de nossas carências afetivas. Com isso, os transformamos em bibelôs, em eternos bebês viciados em carinho, tédio e comida fácil.

Cesar Millan resume sua linha de ação em três palavras: disciplina, liderança e (muito) exercício. Só assim, segundo ele, os cães crescem felizes, seguros e com menos neuroses. Se eu tinha alguma dúvida sobre sua eficácia, essa dúvida acabou quando passei a assistir seu programa, O Encantador de Cães, que passa praticamente todos os dias no canal Animal Planet.

O mexicano Millan está fazendo o mundo inteiro enxergar os cães de uma forma diferente. Ele mostra casos aparentemente impossíveis de cães neurotizados por maus tratos ou excesso de poder. E ao final de cada programa, os cães estão evidentemente num estado de paz e integridade maior do que no começo.

O mais curioso é que seus métodos e resultados são muito parecidos com os de outro programa, Super Nanny, dedicado à reeducação de crianças humanas e suas famílias. O que só reforça a ideia de que, afinal, somos todos animais.