Cães sujos, amedrontados, doentes e abandonados pelos próprios tutores. A situação tantas vezes vista pela dona de casa e apaixonada por cães Cilene de Sousa Ferreira, acabou a transformando em uma protetora de animais. Depois de muito sofrer pela causa ela acabou se tornando proprietária de um abrigo de cães e gatos, localizado no bairro do Tabuleiro do Martins, em Maceió, Alagoas.

A residência, situada na Rua da Graúna, número 500, virou referência no bairro pela dedicação de Cilene aos 95 cães e 60 gatos que acolheu ao longo dos anos.



Cercada por cães de diversas raças, Cilene conta que as despesas com os animais são pagas apenas com doações e a ajuda do amigo Germínio José dos Santos, também apaixonado por animais assim como ela.

“Só em um almoço gastamos 25 quilos de ração. Quando encontramos um animal maltratado na rua, não conseguimos nos conter e vamos buscá-lo. Aqui, damos banho, colocamos remédios e até levamos a um veterinário amigo nosso. E tudo isso fazemos com o orçamento apertado e através das doações”, afirmou Cilene.

Para Germínio José, o trabalho feito pelos dois no abrigo é uma questão de saúde pública. “Além de todo o amor que temos por eles, o fato de tirá-los das ruas é uma questão de saúde pública, pois como vivem comendo lixo e revirando no esgoto na rua, podem levar doenças a população. E isso não é visto pelo poder público”, disse.



Cada cão ou gato que chega a casa de dona Cilene é castrado e ganha logo o nome, muitas vezes, relacionado com a situação em que foi encontrado ou com suas características. Entre eles estão, o Ureia, a Morena e o Hercules.

Todos carregam uma história de vida sofrida ou de maus-tratos. No entanto, em um terreno amplo e arejado as marcas do passado parecem ser amenizadas com o carinho e amor recebidos no novo lar.

É o caso de Morena, uma rottweiler, que antes de chegar ao abrigo seria sacrificada pelo antigo tutor. “Ele queria se desfazer dela. E disse que se não encontrasse lugar para deixar, iria matá-la. Nós nos compadecemos e ficamos com Morena. Apesar do tamanho, ela é muito carinhosa, doce e amorosa também. Tenho muito amor por cada um deles e não consigo ver um animal abandonado na rua. Não consigo colocar a cabeça no travesseiro enquanto não acolhê-lo”, contou.

Outro cão que passou por alguns problemas nas ruas foi o Ureia. O cachorro, um vira-lata, vivia nas ruas do Centro quando foi acolhido por Cilene. “Ele estava todo ferido, sem pelos e com uma das orelhas cheia de bichos. Então o pegamos, cuidamos e hoje, está saudável. Vem da situação dele, o nome “Ureia”, disse.

As pessoas que desejam adotar um animal ou ajudar dona Cilene com doações devem entrar em contato através dos telefones: (82) 8803-5143/ (82) 9926-3714.

“Não deixamos ninguém levar o cão ou o gato sem ao menos saber a procedência da pessoa. Se o cão não se adaptar recebemos de volta. Não queremos que seja posto na rua novamente”, concluiu.

Assista ao vídeo da reportagem:



Fonte: Alagoas 24 horas