quarta-feira, setembro 22, 2010
As Nações Unidas estão pensando em novas medidas para acelerar a proteção de espécies de plantas e animais e pressionam os países a fazerem mais, numa conferência a decorrer hoje em Nova Iorque (EUA).
Para a ONU, “a contínua perda de biodiversidade representa um enorme obstáculo ao cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”, revela a organização em comunicado. As Nações Unidas lembram que as espécies se estão a extinguir a um ritmo cem vezes mais rápido do que o que seria natural. As populações mundiais de espécies selvagens de vertebrados diminuíram, em média, um terço entre 1970 e 2006, segundo o relatório “Global Biodiversity Outlook 3”, publicado no início deste ano. As maiores perdas ocorreram nos trópicos.
No século passado, desapareceram 35 por cento dos mangais, 40 por cento das florestas e 50 por cento das zonas úmidas. Alguns estudos da ONU afirmam que o mundo enfrenta hoje as piores perdas desde a extinção dos dinossauros, há 65 milhões de anos.
Hoje, responsáveis políticos internacionais estão reunidos, ao mais alto nível, em Nova Iorque para dar um novo fôlego à ação dos Estados membros, ONU e organizações internacionais.
“Este é um momento importante para os países se concentrarem em reverter a perda da nossa biodiversidade”, comentou Joseph Diess, presidente da Assembleia-Geral das Nações Unidas. “Não podemos continuar a ignorar a destruição dos ecossistemas que possibilitam bem-estar espiritual e emocional à humanidade”, acrescentou.
“Felizmente existem estratégias para proteger a biodiversidade do planeta. Agora precisamos que os países as implementem”, apelou.
Ahmed Djoghlaf, secretário-executivo da Convenção para a Diversidade Biológica, disse que esta conferência em Nova Iorque deverá dar um importante impulso para a 10ª Conferência das Partes (COP-10), em outubro, em Nagoya, Japão. Aí deverá ser adotada uma nova estratégia, com 20 pontos, para 2011-2020, incluindo uma meta para 2020 e uma visão para a biodiversidade em 2050.
A ONU lembra que o mundo falhou na meta, definida em 2002, para uma “redução significativa” da perda da biodiversidade em 2010.