O Governo dos Açores, em Portugal, inicia este mês um projeto de inventariação e monitoramento das espécies de morcegos existentes no arquipélago, que se encontram entre as menos conhecidas e as mais ameaçadas em Portugal.
Nos Açores, estão registadas quatro espécies de morcegos, a mais emblemática é o Morcego-dos-Açores (Nyctalus azoreum), que é a única espécie de mamíferos endêmica da região.
Apesar de estarem registadas quatro espécies, os especialistas admitem que atualmente apenas existam no arquipélago populações de duas, o Morcego-dos-Açores e o Morcego-da-Madeira (Pipistrellus maderensis), o que indicia a regressão e a vulnerabilidade destas espécies.
“O acompanhamento destas populações é fundamental para reverter uma eventual situação de decréscimo populacional de morcegos nas ilhas dos Açores”, refere a Secretaria Regional do Ambiente, numa nota divulgada através do gabinete de comunicação do executivo.
Nesse sentido, considera que “dada a sua vulnerabilidade e as lacunas existentes no conhecimento de fatores essenciais para a conservação destas espécies, é importante a realização de censos que forneçam informações sobre o estado, a tendência das populações e os potenciais fatores de ameaça”.
O projeto envolve a formação de Vigilantes da Natureza para os dotar com os conhecimentos necessários para identificar as espécies através das características morfológicas e de vocalização, estando previsto para abril o início de uma campanha de censos para permitir um melhor acompanhamento das populações de morcegos existentes nas áreas protegidas do arquipélago
A iniciativa do executivo regional insere-se nas celebrações do Ano Internacional do Morcego, promovido pela Convenção sobre a Conservação das Espécies Migradoras Pertencentes à Fauna Selvagem e pelo Acordo sobre a Conservação dos Morcegos Europeus, que visa promover a conservação, investigação e divulgação das cerca de 1.200 espécies de morcegos existentes no planeta, das quais metade estão ameaçadas de extinção.