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Campo Grande registra casos de raiva canina após 23 anos

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Após 23 anos, Campo Grande voltou a registrar um caso de raiva canina -o último havia ocorrido em 1988, segundo o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Capital. No dia 12 de julho, no Jardim Anache, um garoto foi mordido na mão por um cão que pertencia à sua avó.Após 23 anos, Campo Grande voltou a registrar um caso de raiva canina -o último havia ocorrido em 1988, segundo o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Capital. No dia 12 de julho, no Jardim Anache, um garoto foi mordido na mão por um cão que pertencia à sua avó.

Após o incidente, o menino foi levado ao posto de saúde, onde recebeu os primeiros socorros e a dose de soro anti-rábico.

Dez dias depois, o cachorro morreu e a família da criança entrou em contato com CCZ para recolher o animal.

O órgão coletou amostras de sangue do cão e no dia 5 de agosto o resultado foi divulgado, sendo positivo para a doença. A criança continua sob observação pela Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau).

A nova incidência da raiva canina na Capital com que a administração municipal determinasse estado de alerta em ao menos seis bairros da zona norte da cidade - Jardim Anache, Nova Lima, Colúmbia, Vida Nova e Novos Estados - onde foi registrada a enfermidade.

Nesses locais, o CCZ realiza trabalho intenso de vacinação e acompanhamento de animais e pessoas que tiveram contato com o cão infectado - medida tomada para evitar que a doença se alastre para outras áreas da cidade.

O animal diagnosticado com raiva canina no Jardim Anache apresentava sinais diferentes da doença comum.

Segundo a diretora de vigilância em saúde da Sesau, Márcia Dalfabro, a família responsável pelo cão acreditava que ele estivesse com pneumonia, pois não apresentava sinais de excitação e irritabilidade (comuns à doença).

Ao invés disso, o animal estava extremamente debilitado e melancólico. Pouco depois do incidente, o maxilar paralisou e, dias mais tarde, o cachorro morreu.

“Esses sinais não são os mais comuns da raiva, mas também podem ocorrer, dependendo do tipo da doença.

O vírus é o mesmo, mas o tipo varia”, explica Márcia. (veja mais em infográfico nesta página). Segundo ela, a suspeita é de que o animal tenha sido infectado por uma mordida de um morcego, mas somente exames mais detalhados poderão confirmar essa hipótese. “Estamos esperando para saber o tipo de vírus”, diz.

Ações de combate:

Segundo Márcia Dalfabro, assim que saiu o resultado do exame sorológico, as ações de profilaxia e prevenção foram iniciadas imediatamente no Jardim Anache e adjacências.

“As equipes dos postos de saúde, bem como os agentes de saúde da região norte foram informados sobre o caso e o CCZ deu início aos cuidados com a população que teve contato com o animal.

A área está toda em alerta”, diz Márcia. As medidas incluem a vacinação de pessoas que tiveram contato direto com o cão e também de outros animais que conviviam com o animal.

De acordo com a diretora, 18 pessoas, entre crianças e adultos, foram imunizadas contra raiva canina. Destas, oito também receberam o soro antirábico, que é utilizada nos casos em que pode ocorrer contaminação imediata com o vírus da doença.

“Somente de dar comida na boca de um cachorro com raiva a pessoa pode ser contaminada, porque a saliva do animal está rica no vírus”, informa Márcia. Os oito moradores que, além da vacina, também foram medicadas com o soro, mantinham contato direto e diário com o cão morto.

Foi aplicada dose preventiva da vacina anti-rábica em 300 cães e gatos de moradores do Jardim Anache. Outros seis cachorros da região foram sacrificados, pois conviviam diretametne com o cão infectado.

A diretora explica que não há tratamento para raiva em animais e a única solução é a eutanásia (sacrifício). “As equipes identificaram os cães que tinham contato direto com o animal em questão, mas o dono de um deles não quis entregá-lo.

Entramos com pedido judicial, já que havia risco de dano coletivo, e o animal foi recolhido e morto”, afirmou.

A diretora de vigilância em saúde destaca ainda que, em casos como esse, “a profilaxia é sempre imediata porque a raiva é uma doença muito grave, principalmente quando transmitida para o homem.

Temos casos confirmados de raiva humana apenas nas regiões norte e nordeste e também na Bolívia, que é vizinho, por isso temos que fechar o cerco à doença para que não contamine as pessoas aqui”, afirma.

Riscos:

Márcia Dalfabro afirma que o maior risco da doença é a demora na manifestação dos sintomas. Em humanos, os primeiros sinais podem aparecer de quatro a seis meses após a contaminação. Nos animais, a média é de dez dias, mas também pode levar meses.

“As ações de combate, quando há casos confirmados, devem ser rápidas e o acompanhamento, tanto dos animais vacinados quanto das pessoas da região, deve ser contínuo por até um ano”, afirma a diretora de vigilância em saúde.

No caso das 18 pessoas e os cerca de 300 animais vacinados, o acompanhamento é realizado pelos agentes de saúde que atuam na região norte.

A Sesau também vai colocar à disposição 1 mil doses da vacina para a imunização de cães e gatos da área atingida. “A cobertura tem que ser eficaz e depois da confirmação a região está em estado de alerta”, lembra Márcia.

O sangue dos seis cães sacrificados também foi recolhido pelo CCZ e o resultado sorológico deve sair nos próximos dias. Caso haja mais casos positivos, as medidas de prevenção serão intensificadas.

Casos de raiva em cães e gatos não devem subir em SP, diz médica

Donos de cães e gatos são recomendados a aguardar por mais orientações do Ministério da Saúde.

Ataque a morcegos é principal fator para contágio de animais domésticos.
Mordidas, lambidas ou arranhões de cães e gatos pedem consulta médica.
 

A decisão do Ministério da Saúde de suspender preventivamente a aplicação da vacina antirrábica RAI-PET para cães e gatos, do laboratório Biovet, anunciada na quinta-feira (7), deixou dúvidas sobre o que donos de animais domésticos devem fazer. 

Segundo Neide Takaoka, médica sanitarista e diretora do Instituto Pasteur, o dono de animal deve aguardar novas orientações do Ministério da Saúde. "Estamos em uma situação bastante confortável no que diz respeito ao vírus da raiva, pelo menos aqui no estado de São Paulo", disse a especialista. "Não sei dizer sobre outros lugares, no caso do Nordeste, por exemplo, é preciso lembrar a transmissão canina ocorrida no Ceará em 2010." 

O risco de contágio com o vírus por parte de cães e gatos está quase sempre ligado a ataques a morcegos, portadores comuns do agente causador da raiva em humanos. 

No caso paulista, porém, a raiva humana está controlada, segundo a especialista. "Mesmo com um tempo sem vacinar, até que as coisas sejam decididas, o aumento nos casos não vai ocorrer." 

Sâo Paulo não apresenta casos de raiva com origem canina desde 1998, quando um morador de Araçatuba morreu, no interior do estado. Daquele ano até 2010, foram apenas 34 casos em cães, nenhum deles com passagem do vírus a pessoas. 

"É claro que seria interessante manter os animais vacinados, mas é complicado sugerir às pessoas que procurem serviços particulares e que mediquem seus bichos por indicações não sugeridas pelas entidades públicas", disse Neide. 

"A vacina usada pelo sistema público, a princípio, era liberada, mas agora foram identificadas todas essas reações adversas", explica a médica. "Aqui em São Paulo nós já havíamos suspendido o uso do medicamento desde 20 de agosto". 

Procurado pelo G1, o Centro de Zoonoses de São Paulo não quis se pronunciar, alegando que as informações deveriam ser colhidas junto à Secretaria estadual de Saúde. A raiva em humanos é uma doença causada por vírus. No mundo, apenas três pessoas que adquiriram a doença - após a incubação do agente patogênico - sobreviveram, uma delas no Brasil. Mordido por morcego em 2008, o adolescente deixou o o hospital no ano passado, apresentando sequelas - não andava e falava com dificuldade. 

Orientações 

"Quando uma pessoa sofre um ataque do animal, é preciso levar em conta como foi e onde aconteceu o agravo", explica Neide. "Caso o dono suspeite que o animal esteja com a doença, deve isolá-lo e procurar ajuda veterinária." Para isso, tanto é possível contar com a ajuda do Centro de Zoonoses, que conta com técnicos treinados para socorrer o animal, como também veterinários da secretarias municipais de saúde. Pessoas arranhadas, mordidas ou lambidas por cães e gatos desconhecidos devem lavar o local de contato com água e sabão e procurar ajuda médica imediata. Para mais informações, é possível entrar em contato com o Instituto Pasteur pelo telefone (011) 3145-3145. O local funciona das 8h até as 20h. 


fonte:cão ideal