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A diretoria da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente irá sugerir, junto ao Departamento de Estradas de Rodagem (DER), a implantação de placas de sinalização nas principais rodovias que cortam a cidade de Mogi das Cruzes, em SP, em especial, na Mogi-Dutra, alertando sobre a travessia de animais silvestres.


A medida é uma das alternativas propostas para evitar novos casos de atropelamentos de bichos, como o ocorrido no último sábado (26), quando um veículo atingiu um veado-catingueiro nas proximidades da Estrada da Moralogia (leia notícia aqui). O herbívoro, que estava no período de reprodução, morreu no domingo durante um procedimento cirúrgico.

Além da sinalização especial, a diretora municipal de Meio Ambiente, Lucila Manzatti, adiantou que a Secretaria do Verde está aberta a uma parceria com o Governo do Estado – via DER ou mesmo com a Polícia Ambiental – para um monitoramento de casos de atropelamentos, com levantamentos de números e das espécies vitimadas.

“Tivemos um trabalho semelhante realizado na Rodovia Mogi-Bertioga por alunos da faculdade. As fichas mostraram que, nesta estrada, os números não são dos mais altos e envolvem, principalmente, animais de pequeno porte, como gambás e anfíbios. O mesmo tipo de levantamento pode ser feito também na Mogi-Dutra”, adiantou Lucila, que é ecóloga.

Segundo ela, apesar de tristes, episódios de atropelamentos de animais servem para confirmar a presença de espécies selvagens que, mesmo com o avanço da ocupação urbana, continuam habitando as áreas verdes de Mogi das Cruzes, em especial, a Serra do Itapeti, que é a principal reserva de Mata Atlântica do Município. “Felizmente, ainda temos veados, onças, ouriços, gambás, cachorros-do-mato e outras espécies que habitam a região da Serra. Agora, no segundo semestre, uma época bastante frutífera, é importante que os motoristas fiquem atentos à presença dos animais”, alertou a especialista.

Lucila explicou que a presença, vez ou outra, de animais nas estradas é praticamente inevitável, mesmo quando há recursos para o manejo em alguns locais, como as passagens de fauna existentes na Mogi-Dutra – uma delas justamente nas proximo ao local onde o veado foi atropelado – e que foram implantadas na época de duplicação da Rodovia. Estes corredores ecológicos são espaços delimitados nos caminhos naturais utilizados pelos bichos e visam impedir que eles façam a travessia em outros pontos perigosos.

“Mas nada garante que estas passagens serão utilizadas pelos animais. Primeiro, porque não são espaços muito largos. Segundo porque, se um carnívoro passa e, por exemplo, faz xixi para delimitar o espaço, um herbívoro não vai querer passar por ali. Os animais selvagens têm comportamento próprio, portanto, mesmo sendo uma coisa triste, ocasionalmente podemos ter atropelamentos. No caso do veado, por exemplo, alguma coisa o levou a querer atravessar a pista”, avaliou a ecóloga. “Por isso, creio que uma medida bastante eficaz é a sinalização sobre a presença de animais, que é uma coisa simples, que já existe e tem baixo custo”, completou Lucila.


Atenção


A pedido de O Diário, o comando da Polícia Ambiental em Mogi das Cruzes irá fazer um levantamento dos casos de atropelamentos de animais nas principais rodovias da cidade. Mas, mesmo sem os números oficiais, o tenente Julio César Araújo do Silva, comandante do Pelotão, adiantou que os casos têm sido mais frequentes nos últimos meses. Ele alertou, inclusive, para os riscos que os acidentes trazem também aos motoristas.

No caso de se deparar com algum animal atropelado, as pessoas podem ligar para o Corpo de Bombeiros (193) ou para a Polícia Ambiental (4799-6427).


Com informações de O Diário de Mogi