Grupos ativistas de direitos animais estão chocados com as novas regulamentações para cães de trenó estabelecidas pelo Ministério da Agricultura da província de British Columbia, no Canadá. Ao invés de proteger os cães de outro massacre coletivo, como o que aconteceu em Whistler em 2010, as novas diretrizes instruem os tutores a como “atirar humanamente” em animais indesejados. As informações da Care 2.

O guia, chamado The Sled Dog Code of Practice (Código de práticas para cães de trenó) foi criado em resposta ao ocorrido no dia 10 de Abril de 2010 onde 52 cães de trenó de um centro de recreações de Whistler foram assassinados brutalmente. O dono do estabelecimento afirmou que foi obrigado a fazer isso pois o negócio de cães de trenó estava falindo devido a situação econômica e a falta de turistas.

As novas diretrizes pretendem criar padrões e regulamentos para cuidar dos cães de trenó, ou seja, regulamentar essa prática cruel, e ainda uma seção chamada “Diretrizes para atirar em animais domésticos” cria brechas para que animais saudáveis sejam mortos.

Figuras na seção mostram como posicionar cães para um tiro fatal e instruções por escrito apresentam mais orientações:

“Uma vez que o cão esteja relaxado, ele pode ser levado para fora, a guia deve ser presa a um objeto seguro, e deve ser oferecido ao cão algum alimento. A arma de fogo é então posicionada fixando um ponto intermediário entre o nível dos olhos e a base das orelhas, mas um pouco de lado, de modo a não pegar a crista óssea que fica no meio do crânio”, dizem as diretrizes.

A organização Vancouver Humane Society and Lifeforce, um grupo de direitos animais de Vancouver, está horrorizada com a regulamentação.

“É perturbador que um documento que supostamente trata de bem estar de animais mostre como você deve atirar em seu cão”, disse Peter Fricker, da ONG.

“Nós realmente não vemos como isso possa prevenir que aconteça algo parecido com o massacre de Whistler novamente, quando o empresário que tinha um excesso de cães e não podia encontrar lares para os mesmos foi capaz de atirar neles – mesmo que estivessem saudáveis”, continua Fricker.
A organização Lifeforce pediu a proibição de passeios de trenó e corridas com cães, consideradas como “inerentemente cruéis”. O grupo esperava que as novas diretrizes orientassem que os cães fossem eutanasiados por um veterinário.

Peter Hamilton, da Lifeforce, acha que isso dará margem para que os empresários tenham permissão para criar mais cães que o necessário, mantenham os melhores e matem os animais indesejáveis​​.
Estima-se que haja seis operadores de trenó que usam cães em British Columbia, com 40 a 70 cães, e outros 200 cães de trenó sob a tutela de praticantes individuais e criadores.

fonte:anda