foto de gatinhos que desapareceram do cemitério (Foto: Arquivo Pessoal/Adéli Iurilli)
Desde que foram publicadas reportagens na ANDA sobre o caso do desaparecimento de dezenas de gatos no cemitério do Araçá, em SP (leia aqui a mais recente), o assunto tem mobilizado muitos protetores e defensores dos animais, ganhando repercussão em veículos da grande imprensa, como a Folha de S. Paulo. Graças a essa pressão positiva, ao tomarem conhecimento da triste realidade vivida pelos gatos que sofrem todo tipo de preconceito e maus-tratos no cemitério, algumas autoridades começaram a se envolver mais no caso.

Na manhã desta quarta-feira (23), ocorreu uma reunião no CCZ de São Paulo, para debater providências sobre o assunto. Minutos antes de iniciar a reunião, a protetora Adélia Iurilli, 69, que atua há 3 anos cuidando dos animais do cemitério, mostrou a lista que fez dos gatos desaparecidos:,
 lista dos gatinhos que foram desaparecendo
lista de gatos desaparecidos.


Participaram do encontro, conduzido e mediado por equipe do CCZ, algumas protetoras independentes que atuam no local, a administração do cemitério, e representantes da COVISA, PROBEM, Serviço Funerário e Delegacia do Meio Ambiente.

A Dra Rita de Cássia, da PROBEM, enfatizou a importância de ações imediatas: “Estamos diante de um crime contra animais, precisa ser feito algo imediatamente contra essa matança”. “A participação do cemitério, do CCZ e da guarda civil será fundamental para a prevenção de atos criminosos como esse”, afirma a médica veterinária.

A necessidade de ações preventivas como a conscientização da população sobre a crueldade do abandono e de outros crimes de maus-tratos foi, também, muito debatida durante a reunião.


Causa das mortes


Segundo informa o CCZ, os corpos dos gatos encontrados mortos no cemitério não foram entregues a tempo de poderem ser examinados, pois já estariam em estado de decomposição, o que inviabilizou a possibilidade de confirmar a suspeita de envenenamento. Apenas um corpo passou por exame toxicológico, apontando para morte por traumatismo. Isso, no entanto, não é significativo para descartar a hipótese de que outros animais tenham sido envenenados.

Autoridades e protetores chegam a acordo

O CCZ mostrou-se receptivo a propostas e disposto a mobilizar esforços para solucionar o caso. Representantes do órgão comprometeram-se a fazer junto às protetoras um censo populacional dos gatos, incluindo a contagem e a identificação fotográfica dos animais, durante todo o mês de julho.
O Serviço Funerário Municipal, junto à administração do cemitério, comprometeu-se com as seguintes medidas: colocar placas educativas contra o abandono ao longo do cemitério; agilizar o fluxo de encaminhamento dos animais encontrados; e intensificar a vigilância local, principalmente durante o período noturno.

As protetoras foram instruídas a acionar diretamente o CCZ quando forem encontrados corpos de animais ou alimentos suspeitos, e foram orientadas, ainda, a recorrer à polícia pelo 190 no caso de presenciarem ações ou pessoas de comportamento suspeito circulando pelo cemitério.

Representando a Delegacia do Meio Ambiente, o investigador de polícia Eduardo Vietri declarou que aguarda evidências concretas que caracterizem ato criminoso para que investigações possam ser feitas.
A partir de agora, acompanharemos o cumprimento das medidas concretas e a cooperação das autoridades junto às protetoras do cemitério, unindo forças para que não haja novas vítimas desse ato criminoso.